segunda-feira, 24 de junho de 2013

PRISM (programa de vigilância global)

PRISM é um programa de vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela agência de segurança nacional (NSA) dos Estados Unidos desde 2007.

O programa tem como objetivo o monitoramento e a avaliação de mídias eletrônicas, de maneira a possibilitar não apenas a recuperação de informações armazenadas sobre um alvo em específico, mas também a vigilância de comunicações em tempo real. O programa permite a escolha de qualquer cliente das empresas participantes, independentemente de estes serem cidadãos norte-americanos e de estarem ou não nos Estados Unidos.

PRISM seria capaz de fornecer à NSA diversos tipos de mídia sobre os alvos escolhidos, como correio eletrônico, conversas por audio e por vídeo, vídeos, fotos, conversações usando voz sobre IP, transferências de arquivos, notificações de login e outros detalhes pertinentes a redes sociais.

Segundo uma apresentação que veio a público, nove das grandes corporações e serviços de Internet participam do programa: Microsoft, Google, Facebook, Yahoo!, Apple, YouTube, AOL, Paltalk e Skype. O jornal The Washington Post apontou ainda que o documento vazado informa que o PRISM é "a principal fonte primária de inteligência usada nos relatórios de análise da NSA"

O vazamento da informação veio à tona apenas um dia após a revelação de que o Governo dos Estados Unidos tem requerido secretamente à companhia de telecomunições Verizon que transfira à NSA diariamente o registro de todas as ligações efetuadas e recebidas de todos os seus clientes.

O PRISM substituiu o Programa de Vigilância do Terrorismo, que foi implementado na sequência dos ataques de 11 de setembro sob o governo de George W. Bush. Enquanto o Programa de Vigilância do Terrorismo foi amplamente criticado e teve sua legalidade questionada, porque não foi realizado sob a aprovação do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira,o PRISM foi autorizado por uma decisão do Tribunal. A NSA continuou a operar o PRISM durante a administração Obama.


Procedimento

Após uma breve confirmação de que um usuário do Facebook está envolvido em atividades terroristas ou com a proliferação de armas nucleares, um analista da NSA recebe acesso total às opções de busca da corporação. Já para usuários do Skype basta apenas uma ligação para que a vigilância seja ativada. Os banco de dados de fotos, chaves de busca digitadas, dados do GMail e do Google Drive estariam também sob vigilância da NSA


Reação das companhias

Detalhamento das informações que podem ser coletadas através do PRISM.

As companhias implicadas como participantes no PRISM distanciaram-se do programa. Vários executivos disseram ao The Guardian que eles não possuiam conhecimento a respeito do PRISM ou algo semelhante, afirmando ainda que nunca teriam cooperado com um programa como este.4 Várias das companhias citadas nos documentos vazados fizeram declarações à respeito:

Facebook – "Nós não fornecemos a nenhuma organização governamental acesso direto aos nossos servidores. Quando solicitações sobre dados ou informações sobre indivíduos em específico são feitas ao Facebook, nós submetemos qualquer uma destas requisições a um cuidadoso escrutínio, de maneira a verificar sua acordância com todas as leis aplicáveis, provendo informações somente até onde requirido pela lei."
Google – "O Google se importa profundamente com a segurança dos dados de nossos usuários. Nós revelamos dados de usuários ao governo de acordo com a lei, e nós revisamos todas as requisições deste tipo cuidadosamente. De tempos em tempos indivíduos alegam que nós criamos uma 'porta dos fundos' para o governo em nossos sistemas, mas o Google não tem uma porta dos fundos para o governo poder acessar dados dos usuários."
Apple – "Nós nunca ouvimos falar do PRISM. Nós não fornecemos acesso direto a nossos servidores a nenhuma agência governamental, e qualquer agência governamental querendo dados de clientes precisa apresentar uma ordem judicial."
Microsoft – "Nós fornecemos dados de clientes apenas quando recebemos um mandato judicial ou uma intimação para tal, e nunca de maneira voluntária. Além disso, nós apenas obedecemos a requerimentos sobre contas ou identificadores específicos. Se o governo tem um programa nacional de segurança voluntário para juntar dados de clientes, nós não participamos dele."12
Yahoo! – "O Yahoo! leva a privacidade dos usuário muito a sério. Nós não fornecemos ao governo acesso direto a nossos servidores, sistemas ou redes."12
Dropbox – "Vimos reportagens nas quais afirma-se que o Dropbox possa vir a ser convidado a participar de um programa governamental chamado PRISM. Nós não tomamos parte em nenhum programa deste tipo e continuamos comprometidos com a proteção da privacidade de nossos usuários."

Em resposta às negativas das companhias quanto à NSA ser capaz de acessar diretamente os servidores destas, o New York Times reportou que suas fontes afirmaram que a NSA estava obtendo acesso aos dados de vigilância das companhias usando outros recursos técnicos em resposta a ordens judiciais para conjuntos de dados específicos.7 O The Washington Post sugeriu que "é possível que o conflito entre a apresentação do PRISM e os porta-vozes das companhias resulta de imprecisão por parte do autor da NSA. Em um outro relatório secreto obtido pelo The Washington Post, o arranjo é descrito como capaz de permitir que 'gerentes de coleta [enviem] instruções para missões de conteúdo para equipamentos instalados nas locações controladas pelas companhias', e não diretamente aos servidores das companhias".

A juíza de corte distrital Susan Illston solicitou ao Google em 28 de maio de 2013 que aja em conformidade com as National Security Letters emitidas pelo FBI, de maneira a prover dados de usuários sem um mandato.14 Kurt Opsahl, um advogado sênior da Electronic Frontier Foundation, disse em entrevista que "eu certamente aprecio que o Google tenha publicado um relatório sobre transparência, mas aparentemente aquela transparência não incluiu isto. Eu não ficaria surpreso se eles fossem sujeitos de uma ordem que os obrigasse a suprimir tais informações."


Resposta do Governo dos Estados Unidos

Logo após a publicação das reportagens pelo The Guardian e pelo The Waschington Post, o diretor nacional de inteligência, James Clapper, publicou uma declaração confirmando que o Governo dos Estados Unidos esteve usando pelos últimos seis anos grandes companhias provedoras de serviços de Internet para coletar informações sobre estrangeiros fora dos EUA em defesa contra ameaças à segurança nacional.7 Uma parte da declaração dizia ainda que "os artigos do The Guardian e The Washington Post referem-se à coleta de informações de acordo com a seção 702 do Foreign Intelligence Surveillance Act (FISA). Eles contêm inúmeras imprecisões."16 Ele disse ainda que "a seção 702 é uma medida do FISA que visa facilitar a aquisição de informações de inteligência estrangeira com respeito a cidadãos não-norte-americanos que vivem além das fronteiras dos Estados Unidos. Ela não pode ser usada intencionalmente para vigiar cidadãos dos EUA, pessoas dos EUA ou qualquer um que esteja dentro das fronteiras dos EUA."16 Clapper concluiu sua declaração dizendo que "a revelação não-autorizada de informações sobre este programa importante e completamente legal é repreensível e põe em risco proteções importantes para a segurança dos americanos."16 Clapper disse ao Senate Select Committee on Intelligence dos EUA em 12 de março de 2013 que a NSA não coleciona "conscientemente" qualquer tipo de dados de milhões ou centenas de milhões de americanos.17 Russ Baker, um jornalista investigativo, comentou a respeito da declaração do governo em uma entrevista à rede de TV RT, dizendo que "as alegações de que a NSA não está espionando os americanos são absurdas porque qualquer um poderia cometer um ato terrorista. Na realidade eles estão observando todos nós. Eles estão tentando estabelecer redes de comunicação mas isso é de certa maneira ridículo por que você está procurando por uma agulha no palheiro. Você está virtualmente observando o mundo inteiro, tentando encontrar apenas um punhado de conspirações e, como sabemos, essas conspirações revelam-se mais complicadas, com informantes do FBI envolvidos desde o início."18 O senador Bernie Sanders, um crítico do PATRIOT Act, disse que outros senadores tinham uma idéia aproximada da atividade de vigilância mas não sabiam que alcançava a cifra de vários milhões de pessoas. O senador Rand Paul, outro crítico do PATRIOT Act, disse que muito de seus colegas não prestaram atenção o suficiente na comunidade de inteligência. A senadora Feinstein comentou que os colegas conheciam os detalhes do programa de vigilância, pois o painel de inteligência oferece seminários a esse respeito. "Eles não vem", disse ela. O senador Paul também argumentou que as amplas varreduras de dados não são efetivas porque elas não são adequadamente direcionadas para suspeitos de terrorismo.19


Envolvimento de outros países

Até aonde se sabeoO Government Communications Headquarters (GCHQ) do Reino Unido tem tido acesso ao sistema PRISM desde junho de 2010. Tendo utilizado escutas e analise de comunicações por diversas vezes inclusive em uma reunião do G8.


Edward Snowden

Edward Joseph Snowden (nascido em 21 de junho de 1983 em Elizabeth City) é um administrador de sistemas estadunidense e um delator que revelou material sigiloso do programa de vigilância PRISM da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos aos jornais The Guardian e The Washington Post.


Fuga das autoridades

Do Havaí, onde trabalhou na Booz Allen Hamilton, e antes de revelar documentos sigilosos aos jornalistas, Edward Snowdon primeiro fugiu em 20 de Maio 2013 para Hong Kong. Ele esperava conseguir asilo político lá. A pedido de autoridades norte-americanas de extradição, não teve sucesso e não cumpriu com as exigências do governo de Hong Kong.

Em 22 de Junho 2013 as autoridades federais dos Estados Unidos apresentaram acusações formais contra esse ex-agente da CIA, o qual foi responsável pelo vazamento de dados secretos do governo americano. Depois as acusações, Snowden foi acusado também de espionagem, roubo e transferência de propriedade do governo, em um documento de caráter confidencial, apresentado em um tribunal federal da Virgínia, disseram funcionários americanos à imprensa local.

Em 23 de Junho de 2013, ele embarcou em um avião comercial da Aeroflot desde Hong Kong para Moscou.

Especula-se que Snowden embarque para Havana e em seguida para o Equador, pais que possivelmente dará asilo politico a Snowden.

Ver mais => ECHELON SISTEMA DE ESPIONAGEM GLOBAL

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